Tuesday, January 31, 2012

O Milho hoje para o Brasileiro


Das “Novas Terras” para o mundo, hoje o Zea Mays, como é conhecido para os cientistas ocidentais, é o terceiro cereal mais produzido, depois do trigo e do arroz. No Brasil o Estado do Paraná gera 27% da safra nacional, segundo a EMBRAPA, espantosamente apenas 5% é destinada ao consumo humano, devido sua alta produtividade a maior parte é usada para ração animal. No ano de 1950 o plantio de milho no país caiu drasticamente, devido a um plano de Getúlio Vargas para incentivo à produção de trigo. Infelizmente até hoje, como bem sabem meus amigos boulangers, não conseguidos um trigo de excelente qualidade, inclusive importamos dos vizinhos argentinos por essa questão. Que tal investirmos em pão de milho?
Outro produto que disputou produção porém hoje virou parceiro do milho é a soja, essa causou muito mais problemas para os Índios, devido ao número territórios desapropriados aparentemente pelo próprio governo para o cultivo do grão.
É incontestável com todo o legado indígena como o milho faz parte importante de nossa alimentação, principalmente nas regiões rurais do sudeste onde o consumo é de 31 kg/habitante ao ano, muito superior ao resto do país que consome apenas 7,7 kg/habitante segundo dados no IBGE.
Hoje lendo um livro de Berta G. Ribeiro, O Índio na Cultura Brasileira, fiquei feliz em chegar ao capítulo sobre o Caipira, cultura de um povo que procuro me inspirar já há um tempo. No texto descobri o significado da palavra, de raiz tupi, Caí-pyra se refere ao envergonhado, ao tímido, mas esse não foi o motivo da minha alegria e sim em ler quantos itens o autor destaca para mostrar como simples hábitos indígenas foram aderidos à cultura e ao modo de ser do Caipira, desde o falar geral, o andar a pé descalço, o tomar banho todo dia, o embalar-se na rede até costumes e bases na alimentação, como o uso do milho.
Muitos, principalmente nas zonas urbanas se lembram de pratos com milho apenas quando se referem a festas juninas, mas estão presentes no cotidiano de moradores das zonas rurais, em quireras, angus (depois chamados de polenta quando chegou à Itália), bambás, virados, tutus, pipocas, pamonhas, curais, canjicas (que originalmente era uma pasta pura de milho), bolos e outros tantos, como até mesmo o cigarrinho de palha com o também original indígena tabaco.

No comments:

Post a Comment